Ah o Natal... A época em que iluminamos as nossas casas, montamos
uma árvore cheia de enfeites e bolinhas brilhantes... Nos reunimos com nossos
familiares, trocamos cartões, trocamos presentes e mensagens positivas... Tudo
muito perfeito! Se não fossem as produções com total falta de espírito
natalino... Que vão desde: serial killers vestidos de “Bom Velhinho”, bonecos
de neve assassinos, brinquedos cruéis e outros afins. Com base nesta data,
vamos listar algumas produções natalinas que esses seres infernais estragaram.
Tales From The Cript
(1972)
Um clássico do terror dirigido por Freddie Francis baseado em
cinco histórias em quadrinhos publicadas nas revistas Tales From The Cript e The Vault of Horror. Na primeira história do longa (And all throught the house), Joanne Clayton (Joan Collins) mata o seu
marido na noite de Natal e antes que possa desovar o corpo se vê ameaçada por
um louco homicida vestido de Papai Noel.
Com uma premissa simples e com a duração de apenas doze minutos, “And
all throught the house” consegue nos prender ao seu suspense até o momento
final.
Jack Frost (1997)
O filme se passa na cidade fictícia de Snowmonton, onde (na semana
antes do Natal) uma viatura que transportava o assassino em série Jack Frost
(Scott MacDonald) acaba se chocando com um caminhão carregando materiais
genéticos. Seu corpo, banhado pelo material genético, se mistura com a neve no
chão e acaba derretendo. Com isso, Jack é dado como morto. No entanto, ele
retorna como um terrível boneco de neve.
Jack Frost rendeu uma sequencia em 1998 (Jack
Frost 2: Revenge of the Mutant Killer Snowman) e neste mesmo ano
recebeu uma versão bem mais amenizada protagonizada por Michael Keaton (o
ex-Batman de Tim Burton).
Nota: este que vos
fala confessa que ainda não assistiu Jack Frost, portanto está na lista
para se assistir neste Natal.
Natal Sangrento (Silent Night/Deadly Night, 1984)
Tudo começa no ano de 1971, e é Natal,
o pequeno Billy vai visitar o seu avô em um hospital psiquiátrico na companhia
de seus pais e seu irmão recém-nascido. O idoso parece estar em um estado
catatônico (imóvel e sem dizer qualquer palavra) até voltar a si após os pais
de Billy saírem da sala para conversarem com um médico. Sozinho na sala, Billy
é intimidado e questionado pelo avô se foi um bom menino. Quando responde que não,
o garoto ouve de seu avô que o Papai Noel irá punir quem não foi bom o ano
inteiro. Na volta para casa, a família é vítima de um assaltante vestido de
Papai Noel (que minutos antes havia assaltado uma loja e matado o caixa á
sangue frio). O pai e a mãe acabam mortos, mas Billy consegue sobreviver para
conviver com esta terrível tragédia. Três anos depois, o garoto e seu irmão
convivem em um orfanato dirigido por uma ríspida Madre Superiora (interpretada
por Lilyan Chauvin). E a estadia de Billy no orfanato é regada de surras e
castigos nas mãos da madre, fazendo com que suas perturbações só aumentem cada
vez mais.
Pulando para o ano de 1984, vemos Billy (interpretado por Robert
Brian Wilson) já com seus 18 anos trabalhando em uma loja de brinquedos. Tudo
de boa... Até a chegada das vésperas do Natal, a maior aversão de Billy desde o
assassinato de seus pais. Sem um Papai Noel, o dono da loja escolhe justamente
o perturbado rapaz para o cargo. Mas o estopim só chega quando Billy vê uma
colega de trabalho sendo agarrada por outro funcionário da loja, o que o faz se
lembrar do que houve com sua mãe treze anos antes. Daí por diante, o rapaz se
transforma numa verdadeira máquina assassina vestida de Papai Noel que não irá
poupar ninguém em seu caminho.
Diferente da maioria dos filmes
Slasher, o assassino não é deformado ou usa uma máscara (pelo contrário, Billy
é um rapaz até formoso). Outro fator á se destacar em “Natal Sangrento”,
é o fato de vermos a trajetória completa do vilão: a tragédia que lhe causou
aversão ao Natal, sua infância traumática no orfanato e finalmente seu debut como
um insano assassino. Isto era difícil de se ver nos anos 80. “Natal
Sangrento” teve outras quatro continuações, mas nenhuma melhor que o filme
original.
Rota da Morte (Dead End, 2003)
Neste exemplar não temos a figura de um
assassino vestido de Papai Noel, e o Natal se faz presente apenas como um plano
de fundo. Na véspera de Natal, a família Harrington atravessa uma estrada
escura rumo à ceia na casa de parentes distantes. Dentro do carro estão: Frank
(o patriarca da família), Laura (a matriarca), os filhos Richard e Marion, mais
o namorado dela, Brad Miller.
Frank decide pegar um atalho desconhecido e não
existente no mapa, composto por uma longa reta e cercado por uma floresta. Em dado
momento, o chefe da família quase causa um acidente por adormecer no volante. E
logo após o incidente, Frank enxerga o vulto de uma mulher vestida de branco
carregando um bebê em seu colo. Ele para no acostamento e constata que a mulher
misteriosa é uma loira sinistra com um ferimento grave na cabeça e um bebê
embrulhado em trapos no colo. Ela não fala nada e tem o olhar perdido.
Assustados, os Harrington decidem levá-la até um posto da polícia florestal por
onde passaram alguns quilômetros antes. Para piorar: um misterioso carro negro
passa a persegui-los. É aí que um horror desconhecido começa a assombrar a
família Harrington.
Assisti á esse filme em meados de 2005
(ou 2006) indicado por um primo. “Rota da Morte” é mais um exemplo de
suspense que foi apresentado por M. Night Shyamalan em 1999 e que deu
prosseguimento com “Os Outros”.
Noite de Terror (Black Christmas, 1974)
Escrito por Roy A. Moore e dirigido por
Bob Clark, foi inspirado em uma série de crimes que ocorreram no Quebec,
Canadá. Durante as vésperas do Natal, um grupo de universitárias residentes de
uma fraternidade são assombradas por um psicopata que atende pelo nome de Billy
em seus trotes telefônicos. Quando as garotas constatam que o perigo não está
lá fora, mas dentro da própria casa... Já é tarde. Uma á uma acaba se tornando
vítima do misterioso e enlouquecido assassino.
Pode-se dizer que “Black Christmas” foi
o muso inspirador para “Halloween” (1978) e para “Sexta-Feira
13” (1980). Uma coisa interessante é que não sabemos quem é o
assassino em nenhum momento, vemos tudo o que acontece pela perspectiva dele.
Algo que o próprio John Carpenter usou para o prólogo de “Halloween” e
que foi usado de maneira abundante no primeiro e no segundo “Sexta-Feira
13”.
Ah... Vale mencionar a presença de duas
figuras bem famosas: Margot Kidder (a Lois Lane dos primeiros filmes do
Superman com Christopher Reeve) e John Saxon (que em 1984 iria interpretar o
pai de Nancy Thompson de “A Hora do Pesadelo”).
Mas seja Natal ou não, “Black
Christmas” merece ser conferido.
Brinquedos Diabólicos
(Puppet Master vs. Demonic Toys, 2004)
Quinto volume da série “Mestre dos Brinquedos”, que conquistou certo sucesso por apresentar uma
mistura de terror com cenas cômicas. Dessa vez, dois irmãos descobrem a secreta
fórmula de família capaz de dar vida aos bonecos. Porém, uma fabricante
descobre e rouba a fórmula. Ela começa a produzir vários bonecos e planeja
atacar com eles no dia de Natal. Para tentar impedi-la de estragar o Natal de
todos e fazer várias vítimas, os irmãos se juntam a uma policial. Agora eles
lutam para impedir que a fabricante concretize seus planos e isso pode ser uma
aventura verdadeiramente perigosa.
Gremlins (1984)
Não poderia deixá-los fora da lista.
Rand Peltzer (o ator e cantor-compositor Royt Axton) é um inventor que, ao
tentar dar um presente de Natal para o seu único filho, Billy Peltzer
(interpretado por Zach Galligan), compra em uma loja de artigos chineses um Mogwai,
um bichinho aparentemente gracioso. Mas o dono, um velho chinês, não queria
vendê-lo por dinheiro nenhum, pois ter um Mogwai envolve muitas
responsabilidades. Entretanto, o neto do ancião o vende por 200 dólares e diz
as regras essenciais para ter um Mogwai:
· Nunca colocá-lo diante da luz forte e muito menos
na luz solar, que pode matá-lo;
· Nunca molhá-lo;
· E a regra principal, nunca o alimente após a
meia-noite, mesmo que ele chore ou implore.
Porém, o Mogwai acaba por ser molhado
acidentalmente. Como resultado, o animal começa a reproduzir-se
rapidamente, dando origem a diabólicos seres que transformam a cidade de
Kingston Falls num verdadeiro inferno.
Dirigido por Joe Dante (o mesmo que
dirigiu “The Howling-Gritos de Horror”, 1981) e produzido por
Steven Spielberg, Gremlins era para ser uma produção inteiramente voltada ao
terror. Mas tendo a Amblin (e Spielberg) por trás acabou se tornando uma
comédia com leves toques de horror. Claro que isso não desmerece o filme, de
modo algum. Até porque é um clássico e é uma diversão bem garantida.
É isso pessoal. Vou ficando por aqui.
Bons filmes e bom Natal!







